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sexta-feira, 6 de março de 2009

No mundo do Rock n'Roll crise não existe

Na onda de polêmica no mundo da música, criada por Bono Vox, damos o troco! Esta 'buemba' acho que nem o macaco simão segura... A temporada dos grandes concertos de rock começou no Brasil. Apesar do que se divulga, quem não dorme no ponto sabe que a crise mundial está afetando sim, e muito, a nossa pátria amada. São demissões, concordatas, falências, fatores sombrios que a mídia não divulga pelos meios tradicionais. O leão está cada vez mais faminto, e agora abocanha o setor de produções artísticas, com sua voraz apetência por capital. Sinto que Robert Owen, Pierre Leroux e Fourier parecem ter seus espíritos irriquietos no atual cenário econômico mundial. Pão e circo apartados, em nossa terra não é diferente... salvo o Rock n'roll, onde a crise não chega e nunca chegou!

Conforme os que acompanham nosso blog, da carioca.fm, sabem, teremos grandes turnês de monstros sagrados do 'roquenrou' (acho uma blasfêmia usar este nome rídiculo, 'roquenrou', aportuguesado... eca!) vão pisar em solo nacional. A parada é que junto com os titãs do rock, vários 'pelas sacos' do pop fazem shows por aqui também... paradoxal né!? Deixa eu explicar pra não dar revertério, sem medo vamos lá. Pois se os populares 'garotos da rua de trás' (turma do troca...kkkk) ou 'bifes com tutus', deveriam faturar mais, tendo em vista o privilégio que ganham da mídia 'cabeça de rádio'; como podem os antes ditos prescritos e ultrapassados cabeludos do rock faturarem mais nos palcos?

A explicação é simples, só não entende quem não quer. Sem querer favorecer o jargão: "Os cabeludos comandam", digo que a verdade é esta, mesmo de cabeça raspada continuam sendo os cabeludos que mandam. Hoje, os formadores de opinião mais respeitados, os grandes líderes mundiais, e até mesmo os integrantes destas bandinhas produzidas, bem como seus produtores recalcados, sempre foram fãs da batida 4x4. Os garotos envelhecidos do 'Backstreet Boys' são fãs do Led Zeppelin, como Hugo, Lula e Evo também são. Os manés do B52's são enraizados na cultura rock e R&B dos anos 50 (apesar de não terem idade pra isso), como a Cristina, o Nicolas e a Ingid. E o Radiohead escolheu o Kraftwerk para abrir seu show, sem medo de ficar em 2º plano, devido a idolatria pelos que inventaram a música eletrônica, baseados no rock progressivo dos anos 60, só que com visual de Genie é um gênio.

Pois bem, há um porém, oitenta nunca foi cem, além de que é o seguinte, dez nunca foi vinte. A nota máxima é 10 (ou será a de 500 euros?), e ela é do rock! Obama curte Pink Floyd e tem todos os discos dos Beach Boys. A galera que detem o poder mundial, e junto com ele a grana também é roqueira! No fundo são todos amantes do rock n'roll, que nada mais é do que a música clássica na Era da Informação. Como pode-se provar isso? Simples matemática baseada em fatores deste mundo capitalista, que apesar de falido ainda é o que vivemos. Acompanhem a aritimética dos preços dos ingressos, para concertos de rock e showzinhos pop, pra bonecos de carne lobotomizados pela mídia.

Olha só praí a comparação doida que me fez publicar esta postagem (*valores no RJ):
  • Backstreet Boys - R$ R$ 350* X Iron Maiden R$ 400* (ambos pista vip, sendo que clientes VIP do Citibank vão de 0800 no da 'garotada').
  • Kiss - R$ 350* na pista (+ taxas) X B52's R$ 200* no camarote (+ taxas - sendo que os sortudos correntistas ricos do Citi também ganham ingresso na faixa pros passados bifes com tutus).
  • Kraftwerk e Radiohead - a bagatela de R$ 200* (na pista) X The Doors (só em Sampa) R$ 500 (neste caso os sortudos são os paulistas, o Rio parece que foi rifado, como se aqui não existissem milhares de fãs da banda fundada pelo grande Jim Morrison. Á! E, 'importante', com bala na agulha pra gastar no show).
E por aí vai... o bom e velho rock n'roll não tem preço, é um esculacho, o pop continua brega mesmo... Mas se você ta duro, relaxa... pita, come, dorme que amanhã é outro dia. Se não tiver grana pra curtir os shows não esquenta, bota uma pra gelar e assiste depois no YouTube, de todos os angulos possíveis e imagináveis. Á! não gaste vendo bandas criadas só pra fazer dinheiro, é puro truque, os caras mostram o que você quer ver, é tudo pesquisado e planejado... já no rock o caos é quem comanda, com os cabeludos mandando ver.

Capitalismo agora apartado junto com a filosofia, e mesmo sem parecer, longe da contracultura, afinal vivemos na Era da Informação/Conhecimento, além de que entramos finalmente, no início do ano, na tão sonhada Era de Aquario. Sem esquecer o socialismo, pois a música e a dança deveriam ser fontes de alegria gratuíta, e nele serão. O hoje sagrado rock n'roll deveria ser democrático, para todos, e é exatamente isso que a internet continua a nos garantir neste mundo capitalista falido. Vamos formar e garantir que ela, a boa música, originária do nada, continue vindo pra nós sem ônus algum, como a música clássica original, orquestrada, que é e sempre foi de graça, ou no Municipal a 1 real.

Eis a cissiparidade que comanda nossos tempos... Demais pra tua cabeça? Pois tem mais! Não caia no conto do ingresso esgotado, ou do telemarketing ocupado, é tudo golpe pra vender, bolado por gente que nem você, que curte os Stones, Led e Floyd, malucões das antigas. O rock deixou de ser pop, é in, enquanto o pop é out, e ainda vou mais fundo: enquanto as megabandas do rock guardam o dineiro na carteira, as produzidas dão tudo para os produtores que assopraram a lama que os formou. E fica outra pergunta que encerra o primeiro paragrafo da postagem, pra fazer pensar mesmo: Cadê o rock nacional? Perdeu? ou foi engolido pelas gravadoras e produtores inescrupulosos que só visam o lucro pelo lucro? Será que algum dia ele existiu mesmo, Raul Seixas e Rita Lee existiram? Pense nisso e comente se puder.

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